Pastor pop Cláudio Duarte: 'Não sou Bolsonaro, sou o valor que ele traz'
Claudio Duarte, 53, foi um adolescente calado. O pai, pedreiro, viveu muitos relacionamentos, o que fez com que o menino nascido em Xerém, em Duque de Caxias (RJ), tivesse de aprender a lidar com regras diferentes e lares diferentes. "Muitas vezes fui mandado embora de uma casa por causa de um protocolo verbal, usava um palavrão que ali não era permitido", conta. "Descobri que falar era muito perigoso pra mim. Então eu me embotei."
Apesar da introversão na juventude, Cláudio Duarte hoje arrasta milhões de pessoas que só querem ouvi-lo. O pastor tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e, numa pesquisa recente, só perdia para o padre Fábio de Melo como religioso mais irado.
O pastor batista, que em 2014 abriu o Projeto Recomeçar, tem na internet a origem do seu sucesso. Com o formato de stand-up e veia humorística, ele se tornou um dos maiores conferencistas em empresas e encontros de casais, abordando casamento e sexo. A fama o fez ser abraçado pela TV aberta — são muitas as participações nos programas do Ratinho e de Raul Gil.
Um dos evangélicos mais ativos nos debates sobre política, não deixa de defender o voto em Jair Bolsonaro — "mas sou um religioso bem moderado, longe do radicalismo", pontua, dizendo que, no ado, foi até cabo eleitoral de Lula. No entanto, diz que muitas lideranças de esquerda pesaram a mão ao se opor à ideia de família tradicional. "Vivemos um efeito meio elástico: puxaram tanto para trás que, quando soltou, foi muito pra frente", avalia.
Cláudio Duarte foi entrevistado para o documentário sobre evangélicos no Brasil, com dois episódios, lançado nesta segunda-feira (26) por MOV.doc e TAB. A entrevista aconteceu em maio deste ano, antes do início da campanha eleitoral.