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Quem é Coringa, o mineiro que fatura alto em lives jogando 'GTA RP'

Coringa, em sua mansão na Grande São Paulo - Fernando Moraes/UOL
Coringa, em sua mansão na Grande São Paulo
Imagem: Fernando Moraes/UOL

Marina Santa Clara

Colaboração para o TAB, de São Paulo

18/11/2021 04h01

Numa noite de sábado, um evento num galpão do Butantã, zona oeste de São Paulo, paralisava o fluxo de carros. Na entrada, dezenas de jovens paravam para um teste rápido de covid-19. Os liberados para entrar eram conduzidos pelos fotógrafos à área do backdrop — era hora de fazer as fotos oficiais. Na sequência, acomodaram-se em um lounge com mesas, sofás e telões, à espera da principal atração da noite. Em um canto do ambiente, um cabeleireiro fazia rápidos cortes e penteados em quem se interessasse.

Por ali circularam cerca de 100 VIPs, em sua maioria jovens na faixa dos 20 anos. As garotas contavam-se nos dedos, e estavam maquiadas e arrumadas, de salto alto e vestido. Entre os meninos, o combo boné, moletom esportivo e Nike Air Jordan uniformizava os tipos. Alguns estavam, literalmente, uniformizados.

Laranja, Elements, França e Polícia não eram apenas os nomes dos drinques disponíveis no open bar, que servia pizza, lanches e sushi: estes eram os times que, em pouco mais de uma hora, disputaram ao vivo o Baguncinha 2.0, campeonato do jogo "GTA" em modo RP (role play), com transmissão pela plataforma Twitch.

A estrela desse universo é o mineiro Coringa, 24, apresentador da disputa e membro do time França. Seus talentos como jogador não são a principal razão do sucesso. Coringa é streamer, faz lives diárias em seu canal na Twitch para 100 mil pessoas, em média, quase sempre nas madrugadas. Nas transmissões ele joga, reage a vídeos virais e conversa com quem está no chat.

Em julho, ele chegou a ser o streamer mais assistido do mundo na plataforma (a maior do planeta no gênero). É um influenciador com números de respeito: no Instagram, tem mais de 10 milhões de seguidores; no YouTube, mais de 5 milhões de inscritos. Em 2021, foi indicado ao prêmio internacional Esports Awards.

Coringa mostra a indicação do prêmio internacional Esports Awards - Fernando Moraes/UOL - Fernando Moraes/UOL
Coringa mostra a indicação do prêmio internacional Esports Awards
Imagem: Fernando Moraes/UOL

GTA com The Sims

Coringa começou a carreira jogando "Free Fire", mas sua ascensão se deu no embalo do sucesso de "GTA RP", quando as mansões e carros esportivos da cidade virtual aram a fazer parte de sua rotina. Para os não iniciados: "GTA RP" é uma modalidade exclusiva para PC do jogo GTA, o "Grand Theft Auto".

Quem quer jogar precisa baixar um "mod", modificação que libera o o a servidores não oficiais. Esses, por sua vez, funcionam como "cidades" com cenários diversos, e aí entra a parte do "roleplay". No modo RP, a ideia é criar a própria história sem sair do personagem, inclusive na interação com outros jogadores. É uma espécie de RPG misturado a "The Sims".

Uma das características desses servidores é serem, em geral, para poucos; alguns têm até lista de espera para entrar e seleção de candidatos pelo aplicativo Discord. O "GTA RP" vem fazendo sucesso não só porque muita gente está jogando, mas porque muita gente está assistindo a pessoas jogando.

De volta à festa: como é possível transformar isso em um campeonato? Primeiro porque é relativamente simples criar os mais diversos cenários nas cidades, já que o RP não é ligado à desenvolvedora do GTA. Ainda assim, o Cidade Alta, principal servidor do Brasil, onde acontece o Baguncinha 2.0 (um dos donos do servidor é a empresa de e-sports Loud, que promove o evento), ficou tão popular que já atraiu ações de marcas como Brahma, iFood e Tinder.

Coringa, no palco do Baguncinha 2.0 - Loud GG/Divulgação - Loud GG/Divulgação
Coringa, no palco do Baguncinha 2.0
Imagem: Loud GG/Divulgação

Coringa é o idealizador da disputa. Mineiro de Belo Horizonte, nasceu Victor Augusto Camilo Costa e se tornou Loud Coringa ou Coringa da Loud. Deu a si mesmo o apelido, assistindo ao filme "Esquadrão Suicida".

No dia do evento, dois andares acima do espaço onde os VIPs aguardavam o início da competição, 30 pessoas trabalhavam. De lá, Coringa acompanhava, atento, a movimentação. Apesar das restrições à presença do público, no streaming era grande a expectativa de audiência. A primeira edição do evento, em junho, foi acompanhada simultaneamente por mais de 300 mil pessoas. A segunda, dividida em dois dias, acabaria ficando na casa dos 200 mil cada um.

Coringa recebeu a reportagem com um ""pode ficar à vontade e perguntar o que quiser". Mas não foi fácil. O combinado era acompanhá-lo na hora do jogo e entrevistá-lo nos minutos livres. Mas não há intervalos para Coringa. Ele ensaia, é chamado o tempo todo para selfies e logo vai para a maquiagem.

Faltava menos de meia hora para o início da live, e ele estava pronto, de volta ao estúdio. Louis Vuitton da blusa aos pés. A transmissão começa com um show ao vivo de MD Chefe e DomLaike cantando o hit "Rei Lacoste". Embora o trap e a ostentação de grifes tenham forte aderência, entre o público a apresentação empolga menos que o início da disputa. Enquanto os integrantes dos times estão lado a lado em seus computadores entre trocas de tiro e corridas de carro virtuais, dois andares abaixo os convidados vibram, torcem e reclamam, feito partida de futebol.

Quando Coringa aparece no telão, ouve-se um grito de "lindo!" vindo da namorada, a funkeira Tainá Costa. Eles são o "power couple" do meio, dizem. "Como Jay-Z e Beyoncé", outro fã complementa.

Já a das 23h quando o primeiro dia de disputas acaba. França disputaria a final contra a equipe Polícia no dia seguinte. A conversa com a estrela da noite também teve de ficar para depois. Na tarde seguinte, o streamer levantaria o troféu de campeão.

E o campeão é muito ocupado. Além dos compromissos profissionais, complica a agenda o fato de que, para fazer suas lives, muitas vezes ele acaba trocando o dia pela noite e acorda apenas no fim da tarde. No último dia 13, por exemplo, uma transmissão de 14 horas e 40 minutos ininterruptas foi encerrada perto das 10h do dia seguinte.

Coringa, um dos streamers de jogos mais famosos do mundo - Fernando Moraes/UOL - Fernando Moraes/UOL
Coringa e sua coleção de tênis
Imagem: Fernando Moraes/UOL

Da moda ao videogame

Quando Coringa surge na tela, sorridente, vestindo roupão e boné logo pede desculpas pelo atraso. "Estava entrando na banheira quando vi que já estava na hora." Minutos antes, em seus Stories do Instagram, exibia a foto de uma hidromassagem em um banheiro com paredes de vidro.

Comprou em 2020 a mansão onde mora hoje com a mãe, em um condomínio na Grande São Paulo. O imóvel é mais um motivo de comemoração. Quatro anos atrás, relembra, sonhava em prosperar no ramo da moda. Havia criado em Belo Horizonte, com a ajuda da avó, a própria marca de roupas.

"A gente comprava os tecidos, eu ia ao shopping, via os modelos e a gente tentava reproduzir. Só que aí eu conheci [o jogo] 'Free Fire' e desandei com a marca, porque comecei a jogar mais do que querer atender cliente."

Destacou-se como jogador, foi contratado pela Loud, mudou-se para São Paulo e chegou a morar nas chamadas "mansões" da empresa por dois anos. "Tive que convencer meus pais de que aquilo podia ser trabalho", ele conta.

De jogador ou a apostar nas lives como streamer. Atualmente, seu contrato com a Twitch estabelece uma meta de tempo a cumprir ao vivo. Números não oficiais dão conta de que esteja acima de 100 horas mensais. No YouTube, aproveita para monetizar a própria ascensão financeira: entre conteúdos sobre jogos, o canal exibe por exemplo vídeos como "Compramos os tênis mais caros da loja", "Minha Nova Porsche" e "Vendi a Porsche e Comprei um Carro Novo".

No início de outubro, após um ataque hacker à Twitch, circularam nas redes os valores que teriam sido pagos entre agosto de 2019 e outubro de 2021 a vários gamers. Apenas com visualizações de seus vídeos, que hoje contam com patrocínios que vão de banco a marca de bebidas, Coringa teria arrecadado R$ 1,7 milhão no período. A reportagem apurou que, por mês, Coringa não costuma depositar em sua conta menos que R$ 500 mil, contabilizando-se aí também outras fontes de renda, como publicidade. Nenhum dos dois valores é confirmado oficialmente.

Lançou há pouco uma linha de produtos de beleza masculina (xampu, pomada e body spray) e sonha em retomar a marca de roupas. No longo prazo, quer dar chance a novos Coringas. "Tenho vontade de agenciar streamers que têm potencial. Seria um próximo o bem da hora para mim."