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De striptease a balada, lazer japonês sobrevive de vaquinha na quarentena

Arredores de Shinjuku, bairro de Tóquio, no Japão, antes da pandemia - Shot by Cerqueira / Unsplash
Arredores de Shinjuku, bairro de Tóquio, no Japão, antes da pandemia Imagem: Shot by Cerqueira / Unsplash

Edilson Saçashima

Colaboração para o TAB

20/05/2020 04h00

A quarentena imposta pelo governo japonês para combater a propagação da Covid-19 fechou as portas de estabelecimentos comerciais dos mais variados setores. Até aí, nada de muito diferente. No entanto, casas ligadas a cultura e lazer no Japão estão apelando para o financiamento coletivo (crowdfunding) para sobreviver à interrupção dos negócios no período de isolamento. Salas de cinema, baladas e até casa de striptease adotaram a vaquinha virtual para pagar as contas. E têm obtido retorno.

O coronavírus atingiu a já debilitada situação da New Dogo Music, considerada uma das últimas casas de striptease do Japão. Em sua página para arrecadação de fundos na plataforma Motion Gallery, a New Dogo Music defende que precisa de ajuda para "sobreviver à crise do novo coronavírus". "A última casa de striptease em Shikoku (sul do Japão), que superou muitos desafios até agora, não pode continuar aberta. Apoie a compensação das perdas decorrentes da Covid-19 e os custos da manutenção", diz a apresentação do projeto.

"Nos últimos anos, o número de clientes diminuiu e o teatro conseguiu sobreviver no último minuto. Mas, por causa do novo coronavírus, várias coisas mudaram e a New Dogo Music está em situação grave. Percebemos que não seria possível continuar os negócios sem capital de giro e consultamos os órgãos públicos, a prefeitura etc. Mas a ajuda foi educadamente recusada", acrescenta.

A casa já levantou quase 4 milhões de ienes (cerca de R$ 220 mil) dos 5,5 milhões de ienes estipulados (cerca de R$ 302 mil) na vaquinha virtual. As doações podem ser feitas até 16 de junho.

Striptease com apoio feminino

A New Dogo Music aposta no seu histórico bem-sucedido em crowdfunding para atingir a meta. Em 2019, a casa fez uma vaquinha virtual para reformar o imóvel antigo. A chuva atravessava o telhado e inundava o camarim. As paredes externas apresentavam rachaduras. Sem fundos para reforma, a casa decidiu mobilizar os simpatizantes. Criou uma campanha para receber 1,5 milhão de ienes (cerca de R$ 82 mil) em doações. Ao final, arrecadou 2,37 milhões (cerca de R$ 130 mil).

Show de nu artístico na New Dogo Music, no Japão - Reprodução - Reprodução
Show de nu artístico na New Dogo Music, no Japão
Imagem: Reprodução

As mulheres representaram metade das doações. O apoio feminino decorre da estratégia adotada pela casa para sobreviver: com a queda no movimento, a competição com outras atrações eróticas, como a pornografia digital, e a mudança do perfil da mulher japonesa, a New Dogo Music decidiu apostar em espetáculos que pudessem ser do agrado feminino. Os shows de striptease ganharam aspectos artísticos e foram incluídas apresentações de humor e música. Em 2018, a casa com mais de 50 anos de existência finalmente construiu um banheiro feminino. Antes de fechar por causa da pandemia, o local reservava dias específicos para receber apenas mulheres.

A batalha para manter a casa funcionando não seria apenas uma questão comercial. Há uma defesa da importância cultural e artística do striptease. "O 'nu' pode tornar as pessoas gentis! É fácil olhar para o corpo nu", diz a página da campanha do ano ado.

Hoje existem 20 casas de striptease no Japão, a maioria na região de Tóquio e Osaka. No auge, nos anos 1970, a Agência Nacional de Polícia registrava mais de 300 casas espalhadas de norte a sul do arquipélago.

A New Dogo Music diz que recebe um ou dois clientes por noite e depende do fluxo de turistas. A casa está no entorno da Dogo Onsen, uma das fontes termais mais antigas do Japão e principal atração da região.

Bater a meta e triplicar a meta

A vaquinha virtual também está sendo usada para sustentar as pequenas salas de cinema do Japão, dedicadas aos filmes independentes e fora do circuito comercial.

Os cineastas Koji Fukada e Ryusuke Hamaguchi, que já tiveram seus trabalhos exibidos no Festival de Cannes, lançaram a campanha "Mini-Theater Aid", na plataforma Motion Gallery, para "proteger as pequenas salas do país, que correm o risco de fechar devido à declaração de emergência emitida por conta da disseminação do novo coronavírus".

A ideia era arrecadar 100 milhões de ienes (cerca de R$ 5,5 milhões). Lançada em 13 de abril, a campanha atingiu o valor em dois dias. Isso já ajudaria as salas de cinema. "Muitos proprietários nos disseram que agora conseguem manter as salas fechadas sem preocupação. Eles deveriam ter o apoio do governo, mas como isso não está acontecendo, percebemos que poderíamos preencher essa lacuna", disse Fukada ao jornal The Japan Times.

Batida a meta, os organizadores decidiram triplicá-la. Em 14 de maio, último dia para arrecadação, faltava pouco para atingir o valor de 300 milhões de ienes (cerca de R$ 16,3 milhões) quando a página da campanha recebeu uma enxurrada de os e derrubou o servidor da plataforma de crowdfunding.

Cena de “Three Stories of Love”, de Ryosuke Hachiguchi, feito com financiamento coletivo em 2015 pela plataforma Motion Gallery - Shochiku Broadcasting/ARC Films - Shochiku Broadcasting/ARC Films
Cena de “Three Stories of Love”, de Ryosuke Hachiguchi, feito com financiamento coletivo em 2015 pela plataforma Motion Gallery
Imagem: Shochiku Broadcasting/ARC Films

Restabelecido o o, os responsáveis pela Motion Gallery concederam mais um dia para doações. E o valor obtido ultraou os 317 milhões de ienes (cerca de R$ 17,3 milhões).

Segundo os organizadores, o valor será dividido entre 109 salas e 92 organizações do setor, depois de deduzidos os custos istrativos e de cartão de crédito.

Salve a balada

Logo que a pandemia bateu no Japão e o país decretou estado de emergência, o primeiro-ministro Shinzo Abe veio a público e citou diretamente as casas noturnas como um dos locais a serem evitados.

Ao contrário das salas de cinema, não houve campanha de crowdfunding centralizando a arrecadação de renda a ser compartilhada entre as casas noturnas. No esquema "cada um por si", pouco a pouco cada balada foi criando seu próprio projeto de vaquinha virtual.

Só na plataforma Campfire, pelo menos 20 baladas, entre casas noturnas, festas e bares, colocaram projetos no ar. No geral, os textos apontavam para as mesmas causas (fechamento do local devido ao estado de emergência) e destino das doações (arcar com a manutenção do local, pagamento de aluguel e de salários dos funcionários).

Os valores pedidos giravam entre 3 milhões de ienes e 5 milhões de ienes (entre R$ 165 mil e R$ 275 mil, aproximadamente). Entre os projetos já finalizados, era comum a arrecadação ter ultraado a meta estipulada.

Tsunami e legislação

O engajamento do público japonês a projetos de ajuda a empreendimentos tão diversos não é um fenômeno recente. Em 2011, o tsunami que atingiu o Japão afetou diferentes indústrias e o crowdfunding foi um dos instrumentos usados para financiar projetos sociais, empreendedores do setor criativo e pequenas empresas.

Em 2015, o crowdfunding ganhou um novo fôlego quando o governo pediu para a Agência de Serviços Financeiros (Financial Services Agency ou FSA) tomar medidas para estimular o esquema de financiamento coletivo. Além disso, uma lei relativa a transações financeiras foi reformulada, permitindo o investimento coletivo para viabilizar empreendimentos e, ao mesmo tempo, garantindo proteção aos investidores.

O Japão tem um modelo de crowdfunding que valoriza o engajamento da comunidade local, levando-se em conta de que, em teoria, ela teria a percepção de ser uma das "acionistas" do negócio, segundo o pesquisador Bishnu Kumar Adhikary no livro "Crowdfunding; Lesson from Japan's Approach" (Crowdfunding: Lições da Abordagem do Japão, em tradução livre). Consequentemente, o modelo japonês incentiva o envolvimento de autoridades locais e bancos regionais.

Segundo a Statista, portal dedicado a dados estatísticos coletados no mundo todo, o Japão ocupa o 14º lugar entre os países com os maiores valores movimentados no segmento de crowdfunding, com estimativa de cerca de US$ 17 milhões para 2020. A liderança fica por conta da China (US$ 7 bilhões), seguida pelos EUA (US$ 782 milhões) e Reino Unido (US$ 100 milhões). O Brasil está em 36º lugar, com US$ 3 milhões. Os dados ainda não registravam os efeitos da pandemia do novo coronavírus.