A transformação da China carece de paralelo no mundo contemporâneo. Mesmo lá dentro, pouco se compara ao que tem vivido a cidade de Wuhan.
O brasileiro José Renato Peneluppi Jr. é testemunha ocular dessa transformação. Ele vive ali desde 2010. Quando Renato chegou à China, Wuhan tinha só uma linha de metrô de 18 quilômetros, com 16 estações. Uma década depois, seus 10 milhões de moradores dispõem de mais de 220 estações e 340 quilômetros de trilhos. A cidade toda é um canteiro de obras.
Eis que veio a covid-19.
Peneluppi conseguiu sair da China horas antes do lockdown de Wuhan, que agora completa um ano. A ideia era ar algumas semanas no exterior e voltar, mas o fechamento das fronteiras chinesas, no fim de março, o fez ar 10 meses longe de casa.
A busca por um lugar onde pudesse permanecer isolado sem ficar longe demais da China o levou à Belarus— onde o líder Alexander Lukashenko recomendou vodca para tratar a "psicose", como classificou a pandemia.
Do aparente excesso de zelo ao completo desleixo, Peneluppi testemunhou extremos. Sem querer, esteve no epicentro de dois grandes acontecimentos de 2020: a pandemia e a revolta popular contra o sexto mandato de um líder europeu. De quebra, ajudou no resgate de brasileiros presos em Wuhan, enquanto estava no Camboja.
À reportagem de TAB, Renato Peneluppi narrou sua epopeia particular.