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Matheus Pichonelli

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Postura de Bolsonaro diante de morte no PR serve como slogan: 'eu autorizo'

Bolsonaro posa com arma ao lado de servidores da Receita - Divulgação/Sindifisco Nacional de Brasília
Bolsonaro posa com arma ao lado de servidores da Receita Imagem: Divulgação/Sindifisco Nacional de Brasília

Colunista do UOL

12/07/2022 04h01

"Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições".

Reparem nas linhas e nas entrelinhas do chamado feito por Jair Bolsonaro em sua live de quinta-feira (7).

Fosse um presidente ocupado em distribuir livros em vez de armas e que não tivesse colocado em dúvida o sistema de votação em seu país, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda poderia dormir tranquilo, no sábado (9), após sua festa de 50 anos em Foz do Iguaçu (PR).

Estaria mais do que compreendido o que Bolsonaro estava pensando quando disse o que disse e o que, afinal, estava em jogo: não o bem contra o mal, mas uma disputa eleitoral como tantas outras realizadas no Brasil desde o fim da ditadura.

A guerra ficaria apenas no campo simbólico. O que fazer antes das eleições se não buscar votos por meio de campanhas e mobilização legítima?

Mas Bolsonaro não está em campo pelos votos. Ele já disse, e aparentemente convenceu uma multidão, de que eleições no Brasil são fraudadas. O ataque ensaiado, portanto, é na verdade um contra-ataque, um falso dispositivo de defesa contra um mal maior inventado e disposto a golpear as urnas e a vontade popular.

Bolsonaro não disse com todas as linhas o que pensa, o que está em jogo e o que temos de fazer antes das eleições que ele já coloca em dúvida. E precisava?

O campo da ambiguidade é preenchido conforme o gosto do freguês. O dele costuma aplaudir quando o capitão diz que povo armado jamais será escravizado. Ou que uma "granadinha" basta para matar todos os aliados reunidos em torno de um rival.

Esse eleitor está convicto de que o direito às armas é o direito de ser livre e colocar em seguranças a sua, a minha, a nossa família.

A de Marcelo Aloizio de Arruda foi estraçalhada por essa falácia no dia em que bolsonaristas participaram peso de um ato pró-armas em Brasília para desfilar os jargões de sempre.

Ninguém está seguro em um país assim, e no roteiro das tramas macabras parece um contrassenso que agressor e agredido façam parte de uma base de eleitores, os agentes de segurança, que Bolsonaro tenta cooptar enquanto os empurra para a guerra.

O policial comunitário virou alvo de um policial penitenciário por ter celebrado a sua festa com imagens do ex-presidente Lula. As preferências políticas de um e outro se sobrepam ao fato de os "inimigos" serem conterrâneos, contemporâneos e (ironia das ironias) agentes da lei.

Em suas redes, o assassino se descreve como cristão e conservador e demonstrava uma obediência canina a todas as premissas do bolsonarismo. Provavelmente acreditava na versão bíblica vendida pelo presidente segundo a qual Jesus Cristo só não se tornou um pistoleiro na Galileia porque na época não havia armas expostas à venda em frente ao templo.

O atirador cumpria ordens. Sua última postagem nas redes sociais antes do crime foi o compartilhamento de um chamado feito pelo ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo: "Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder no Brasil. A responsabilidade é de cada um de nós".

No país que se arma até os dentes e aprendeu a resolver seus conflitos na bala, "a responsabilidade de cada um" transforma todo mundo que estiver à frente em cabras marcados para morrer. Com armas em punho, todos estão liberados, afinal, a agir conforme a própria consciência. E se essa consciência mandar, então, eliminar fisicamente o inimigo ("bandidos travestidos de políticos" que só existem no outro lado) para salvar o país do caos?

Alguém vai se responsabilizar por isso?

Bolsonaro se calou em dois episódios recentes em que militantes petistas foram atacados com bomba e drone contendo excrementos. Também não deu um pio sobre o juiz que mandou prender seu ex-ministro da Educação e teve o carro vandalizado com ovos e fezes.

Em todos esses episódios quem ainda não perdeu a capacidade de ver o óbvio se esgoelou de tanto avisar que uma hora a coisa sairia de controle.

Quando a tragédia anunciada aconteceu, Bolsonaro correu — não para demonstrar sua preocupação com o clima de terror às vésperas de uma eleição que ele tenta incendiar. Correu para tirar o corpo alvejado por um atirador obediente de seu colo e jogar no quintal dos adversários. Afinal, mamãe, foram eles que começaram (é o que parece dizer o presidente com as lágrimas de crocodilo vertendo pelos olhos). Como quem, de novo, justifica a agressão chamando-a de "reação".

Como sempre, o fantasma de Adélio Bispo voltou à cena do novo crime para Bolsonaro e outros indutores do ódio posarem de vítimas, não agentes, da barbárie.

Só por curiosidade, Bolsonaro poderia ao menos relembrar/conferir o que seus adversários manifestaram após o atentado a faca sofrido por ele em Juiz de Fora (MG) em 2018.

"Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro", escreveu Fernando Haddad (PT) em suas redes.

"Política se faz com diálogo e convencimento, jamais com ódio. Qualquer ato de violência é deplorável. Esperamos que a investigação sobre o ataque ao deputado Jair Bolsonaro seja rápida, e a punição, exemplar", declarou Geraldo Alckmin, então candidato tucano, hoje vice de Lula.

"A violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia", solidarizou-se Marina Silva (Rede).

Há um abismo entre o que seus adversários disseram e o que ele fez em suas redes sociais já no domingo.

Torcido e retorcido, não há o menor sinal de solidariedade à família e aos amigos de um guarda municipal assassinado por quem, descrente nas instituições e convencido de que seu voto será surrupiado em outubro, sabia, ou achava que sabia, o que precisava fazer antes das eleições.

Em seus tempos de deputado, Bolsonaro dizia que pelo voto nada mudaria no país. Defendia abertamente uma guerra civil e o fuzilamento de pessoas como Fernando Henrique Cardoso. O presidenciável que ensina crianças a atirar, que promete fuzilar a petralhada e lançar seus corpos na ponta da praia quer agora que você acredite que ele não tem responsabilidade com quem coloca em prática exatamente o que ele diz, endossa e (literalmente) indulta.

A coletânea de declarações em defesa da violência em um país que ajudou a triplicar o o a armas de caça inverte e assume para si uma ordem de seus apoiadores: "Eu autorizo".