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Matheus Pichonelli

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Grávida de Taubaté pariu uma nação de charlatões e coaches messiânicos

Grávida de Taubaté fez Edu Guedes chorar na Record em 2012 (Montagem/Reprodução/Record TV) - Reprodução / Internet
Grávida de Taubaté fez Edu Guedes chorar na Record em 2012 (Montagem/Reprodução/Record TV) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

12/01/2022 11h48

A história da Grávida de Taubaté, um marco do meme nacional, completou dez anos no começo desta semana.

Foi em 11 de janeiro de 2012 que Maria Verônica Aparecida Santos chorou e fez chorar o apresentador, a plateia, o público e as mães de todo o Brasil ao contar dos perrengues de carregar quatro pessoinhas debaixo do vestido. Os quadrigêmeos eram espumas e pedaços de pano.

A comprovação da farsa virou um marco do jornalismo investigativo (risos), mas causou um grande trauma a um país que ocupava a sexta posição na economia global e aspirava a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

De lá pra cá, podem reparar, a coisa desandou. A potência emergente tem hoje no comando um presidente incapaz de mastigar o próprio almoço. Coincidência? Parece que não.

Embora careça de comprovação científica, a história da Grávida de Taubaté colocou o Brasil na rota dos charlatões mais improváveis. A história dos quadrigêmeos feitos de espuma expôs um flanco na nossa defesa e animou enganadores do tipo a tentarem a sorte com a boa fé nacional.

O coach messiânico que se perdeu na montanha com 32 papalvos crentes de que a missão os levaria ao topo da carreira no Vale do Silício é só a versão mais atualizada do nosso estado de comiseração. Antes dele, já desfilaram em TV aberta enganadores como pastores dispostos a vender água milagrosa para curar covid a astrólogos travestidos de best sellers de filosofia.

Um efeito rebote da ferida narcísica revelada pela falsa barriga foi que nos tornamos, também, mais desconfiados de tudo — ninguém mais recebe bom dia sem se perguntar onde o interlocutor quer chegar e por quanto.

Padroeira do charlatanismo nacional, a Grávida de Taubaté inaugurou a era do meme no país que no início dos anos 2010 entrou de sola nas areias movediças das redes sociais, onde a criação de culturas paralelas uniram habitantes de mundos estranhos que se tornaram os porta-vozes das fake news e das teorias da conspiração. Terraplanistas, grupos anti-vacina, anti-ciência, anti-política, anti-jornalismo e anti-qualquer-sentido reverberam hoje suas teses estapafúrdias que não sobreviveriam a duas perguntas básicas: "Isso o que você diz é verdade? Pode provar?".

São eles os motores de políticos de olhos bem abertos que veem na ingenuidade alheia a chance de ganhar territórios (e cargos públicos) alimentando a turma com base em mentiras, como mostrou o documentário "O Dilema das Redes".

Não fosse a farsa de 2012, talvez o ex-militar indisciplinado que na época ganhava a vida como deputado irrelevante e animador de auditório não se sentiria estimulado a vestir a fantasia de estadista e prometer trabalhar para combater fantasmas de espumas como um falso kit gay e um risco de guinada comunista que por aqui nunca existiu. Como no caso da Grávida de Taubaté, não era tão difícil assim desconfiar que tinha alguma coisa desajustada no figurino, mas 57 milhões de brasileiros preferiram pagar para ver.

Resultado: Brasília é hoje uma imensa barriga estufada onde há três anos são gestados quadros que precisam mentir sobre os feitos e seus currículos para maquiar o despreparo. A lista é extensa. Vai de Damares Alves e a por candidatos a ministros da Educação e usuários da Moto Serra fantasiados de protetores do meio ambiente.

Este governo virou também uma rota de romeiros e atravessadores que batem à porta da gestão pública, no auge de uma pandemia, prometendo que na mão deles a vacina sairia mais barata.

As promessas de que, uma vez vestida a faixa presidencial, o deputado que prometia dar um golpe no dia seguinte viraria um mocinho bem comportado e preocupado com o país, quem diria, eram só espuma e pedaços de tecido.

Mais do que um meme, a Grávida de Taubaté é lembrada hoje como uma espécie de presságio. Debaixo daquele vestido havia uma caixa de Pandora com um espelho refletindo uma multidão de otários e que ninguém mais sabe como fechar.